Os fatores de riscos para a infertilidade masculina podem ser divididos em quatro categorias: fator testicular, fatores tóxicos, fatores iatrogênicos e fatores da relação sexual.
Os fatores testiculares incluem a criptorquidia, a qual se dá quando os testículos não desceram para a bolsa escrotal depois do nascimento e permanecem na região inguinal, torção testicular, varicocele e infecções. Os fatores tóxicos incluem drogas ou outras substâncias prejudiciais a formação de espermatozóides. Os fatores iatrogênicos são causados pelo próprio tratamento médico, como as vasectomias, hérnias ou o uso de certas substâncias. Os fatores da relação sexual são as disfunções eréteis, ejaculação precoce, ejaculação retrógrada, dificuldade na penetração ou até relações sexuais com muito espaço de tempo entre elas.
Todos esses fatores prejudicam de alguma forma a fertilidade do homem, que na maioria das vezes podem estar refletidos na análise do sêmen: o espermograma. O espermograma analisa fundamentalmente a concentração dos espermatozóides (pelo menos 20 milhões/ml), morfologia (o formato da maioria deles deve ser oval -morfologia de Krüger) e a motilidade (metade deles devem ter movimentos vigorosos e direcionais). Alterações destes valores podem levar à infertilidade.
Durante a gravidez do bebê masculino, os testículos se desenvolvem dentro do abdômen dele e só após o nascimento descem para a bolsa escrotal. Em alguns casos (0,8%) mesmo após o nascimento, eles permanecem no interior do abdômen, mas, se permanecerem neste local por alguns anos, poderá levar à infertilidade. Se a descida dos testículos não ocorrer espontaneamente, este problema deverá ser corrigido através de cirurgia realizada nos primeiros dois anos de vida.
A torção de testículos é um processo agudo que ocorre em 1 a cada 4 mil crianças e adolescentes e pode causar infertilidade. É uma situação de emergência que causa dor aguda na região dos testículos. O tratamento é cirúrgico e deve ser realizado num período máximo de 8 a 12 horas para que não haja prejuízo na qualidade dos espermatozóides.
É a dilatação das veias que circundam os testículos provocando um provável defeito valvular destes vasos sangüíneos. Acredita-se que esta alteração causa aumento da temperatura local prejudicando a produção dos espermatozóides. A varicocele ocorre em 15% da população masculina, e é encontrada em 50% dos homens com dificuldade em ter o seu primeiro filho e em até 69% são homens que já foram pais pelo menos uma vez. A varicocele é classificada em graus de severidade, que vão de grau 1 (a mais simples) até grau 4 (a mais grave).
Somente os graus avançados são responsáveis pela infertilidade e devem ser submetidos a cirurgias para a sua correção.
Infecções do trato genital tanto de próstata, epidídimo ou testículo, podem causar a infertilidade. As infecções por clamidia, que muitas vezes não apresentam sintomas, têm sido uma das responsáveis pelo aumento das causas de infertilidade nos últimos anos e, por isso, merece atenção especial, principalmente no diagnóstico precoce (leia mais sobre o assunto em"DST's").
Histórias de caxumba depois da puberdade são também muito importantes, porque até 30% dos homens deverão ter diminuição da produção de espermatozóides. A vacinação precoce ajuda a resolver este problema.
Drogas recreativas como cigarro, bebida alcoólica e maconha colocam em risco a fertilidade masculina. Estudos têm demonstrado que fumar mais do que 20 cigarros por dia leva a alterações de concentração e da motilidade dos espermatozóides e a piospermia (presença de células infecciosas no sangue). O mesmo ocorre àqueles que fumam maconha ou usam cocaína. O álcool em excesso está associado à diminuição da testosterona e diminuição do volume do sêmen. O uso de esteróides anabolizantes sintéticos e suplementos a base de testosterona, freqüentemente utilizados pelos freqüentadores de academias de ginásticas que desejam hipertrofia muscular, pode ter ação direta no testículo; como conseqüência estas substâncias podem impedir que os hormônios masculinos (testosterona) sejam produzidos adequadamente (leia mais sobre o assunto em álcool, fumo, Drogas Recreativas, Assistai). Hábitos que exponham a bolsa escrotal ao calor podem prejudicar o processo de maturação dos espermatozóides. É o que ocorre nas profissões onde o indivíduo trabalha em fornos de altas temperaturas, roupas apertadas e o uso de laptops próximos aos genitais.
Existem vários medicamentos que podem influenciar negativamente a fertilidade masculina. Entre eles estão a finasterida e duasterida (antiandrogênios) usados para a calvície, espirolactona (nome comercial Aldactone), um diurético de fraca potência, bloqueadores de cálcio (Nifedipina, Adalat, Ancoron), para a hipertensão arterial, a colchicina (nome comercial Colchis), alopurinol (nome comercial Zyloric), para o tratamento da gota, cimetidina e ranitidina (nome comercial Tagamet e Zylium), para o tratamento de gastrite e úlceras, Cetoconazol (nome comercial Nizoral), para o tratamento de micoses, antibióticos a base de nitrofurantoina, eritromicina, sulfadiazina, tetraciclina e gentamicina (alteram a fertilidade apenas em experimentos in vitro) alguns redutores do colesterol e agentes psicoterápicos tricíclicos, fenotiazida e antipsicóticos, entre outros.
A quimioterapia e radioterapia prejudicam a fertilidade masculina e, por isso, homens que não têm filhos devem ser alertados sobre o congelamento de sêmen ou biópsia testicular seguida de congelamento como opções para a preservação da fertilidade (leia mais sobre o assunto em "Preservação da fertilidade em pacientes com câncer").
As toxinas do meio ambiente, como os solventes, pesticidas e alguns metais como o chumbo e o manganês, e exposições ao calor em algumas profissões, além de doenças ocupacionais, podem prejudicar a fertilidade masculina (leia mais sobre o assunto em "Efeito do meio ambiente na fertilidade").
Os efeitos tóxicos geralmente são reversíveis assim que a ação do produto é descontinuada.
São causados pelo próprio tratamento médico. Correspondem aos efeitos colaterais e indesejados dos tratamentos que foram aplicados corretamente, mas causaram efeitos inconvenientes no organismo. Como exemplo desses efeitos, cabe colocar a existência de uma pequena parcela de homens que ao serem submetidos a cirurgias para a correção de hérnia de inguinal, apresentam aderências que obstruem os ductos deferentes, impedindo a saída do sêmen. Tal fato ocorre devido a utilização de alguns materiais sintéticos que talvez devam ser evitados em homens que se preocupam com a fertilidade. A ejaculação retrógrada é definida quando o sêmen ao invés de sair para o exterior no momento da ejaculação direciona-se para o interior da bexiga, sendo eliminado, posteriormente, pela urina. Alguns medicamentos causam este problema como, por exemplo, os chamados alfabloqueadores utilizados no tratamento de doença da próstata e na hipertensão arterial como Prazosin (Minipress) e Terazosin (Hytrin).
Alguns procedimentos cirúrgicos podem levar a alterações na diminuição do sêmen na ejaculação ou até na ereção, como por exemplo, as cirurgias de próstata.
Problemas diretamente ligados ao ato sexual podem levar à infertilidade. Casais que desejam engravidar devem ter relações pelo menos a cada 48 horas na época da ovulação. Um estudo demonstrou que casais que têm menos de uma relação sexual por semana têm taxa de gravidez de 16,7% em seis meses ao passo que os que têm ao redor de quatro relações sexuais por semana têm taxa de gestação de 83,3%. Outros fatores que atrapalham a fertilidade são a impotência, ejaculação precoce, ejaculação retrógrada, falta de ejaculação e dificuldade na penetração. A maioria destes tratamentos resolve o problema da infertilidade.
IMPORTANTE: Estudos demonstram que 21% dos homens não sabiam o período fértil de suas mulheres.
CARO LEITOR OU JORNLISTA
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