Em qualquer idade, o álcool em excesso é prejudicial. Pode destruir o indivíduo, desequilibrar suas relações pessoais e familiares, além de poder causar um custo imenso a sociedade. Calcula-se que ao longo da vida cerca de 15% da população mundial teve algum problema com álcool. No Brasil, jovens bebem cada vez mais e mais cedo.
Nos últimos 5 anos o consumo de álcool aumentou em 30% entre os jovens de 12 a 17 anos e em 25% entre 18 e 24 anos. Um estudo da UNESCO mostrou que 34,8% dos 50 mil estudantes brasileiros dos ensinos fundamental e médio (17,4 milhões de jovens) consomem álcool. Estudo recente feito pela Secretaria Nacional Antidroga (Senad) revelou que dos 48.155 jovens entrevistados, 41% já tinham usado algum tipo de bebida alcoólica entre 10 e 12 anos de idade. Aos 18 anos a maioria (81%) já tinha bebido. Nos anos 70 os jovens começavam a beber entre os 14 e 15 anos de idade na proporção de uma moça para cada cinco rapazes.
Em 2004 o início passou a ocorrer entre 12 e 13 anos e garotas bebendo a mesma quantidade que os rapazes. Calcula-se que 80% das pessoas que morrem em acidentes de trânsito ou por homicídios são jovens que estavam alcoolizados. Ainda no estudo da Senad, verificou-se que mais que 50% dos estudantes faltavam à escola e 54% estavam um ano atrasado em relação à série considerada ideal para a idade provavelmente devido ao consumo de álcool.
O consumo de bebida alcoólica já se tornou um fenômeno entre os jovens. As bebidas mais bem aceitas por eles são cerveja e a vodka. Em nossa sociedade a iniciação a estas bebidas é considerada um ritual de passagem: a transformação do jovem em adulto. Infelizmente, esse é o modelo de adulto oferecido ao jovem. O álcool está presente em quase 90% das opções de lazer do ser humano; baladas da juventude com cenas regadas à cerveja, jovens acompanhados de jovens lindas (os), demonstrando sucesso, sexualidade e força.
O clima social, vínculos afetivos, modelos familiares, heróicos e idolatrados podem ser os responsáveis pelo início deste vício. A mídia e o marketing das empresas de bebida procuram estar de olho nas vantagens que os adolescentes apreciam e desenvolvem imagens que ligam o prazer à bebida.
Em doses diminutivas o álcool possui discreta ou nenhuma ação sobre as funções reprodutiva e sexual. O consumo crônico e prolongado, no entanto, prejudica todos estes aspectos podendo atingir a mais de 80% do comprometimento destas funções nos dependentes ((leia mais sobre o assunto em "ASSISTai: o peso do vício na balança da fertilidade”). Uma metanálise (avaliação de vários estudos científicos) indicou que as mulheres que bebem três ou mais drinques por dia tem 60% maior risco de ter câncer de mama, quando comparada àquelas que não bebem. Aquelas que bebem 2 a 4 drinques aumentam este risco para 41%. Nestes estudos não houve distinção entre o tipo de bebida incluindo vinho, cerveja e coquetéis. Nenhuma delas é mais segura que as outras. Em 1993, o Instituto Nacional para o Estudo do Álcool, nos Estados Unidos (NIAAA), lançou um resultado de estudos demonstrando ligação, entre os bebedores pesados com câncer de esôfago, boca, laringe e cólon, principalmente se o indivíduo for também fumante.
Independente da dose, o álcool pode causar dependência química em 65% dos casos, levando, em casos extremos, a prejuízos da concentração e atenção, mesmo no estado sóbrio. Diminui o rendimento no trabalho, causa sono, cansaço, apatia, ansiedade, depressão, hipertensão arterial, risco maior de acidente vascular cerebral (derrame), obesidade e envelhecimento precoce. Estimula a experimentação e dependência do cigarro e drogas ilícitas. Aumenta a violência e o número de acidentes de trânsito com vítimas. Leva ao sexo precoce e a gravidez indesejada. Aos 60 anos, perda de 1.8% do volume cerebral afetando a memória e o raciocínio, a incidência de doenças malignas na laringe, faringe, intestinos. Em relação a fertilidade é bom que saiba que:
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